sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Baseado em fatos reais

-N, faça duas perguntas sobre o texto que acabou de ler.
-O que eu vou perguntar?
O professor olha com sarcamos e, antes de dizer algo, N não perde a deixa e continua:
-O que você vai me responder? DUAS PERGUNTAS, DUAS PARGUNTAS! Posso ir???

terça-feira, 27 de outubro de 2009


- Meu Deus, como está feio.
- Eu sei. Está feio e dói.
- Deveríamos ir tirar uma radiografia.
- Eu estou bem.
- É sério, vamos dar uma passada no hospital.
- Já disse que estou bem.
- Não é você que tem que dizer isso.
- Theodoro, fui ao médico hoje cedo. Eu assisto Grey’s Anatomy sei o que uma batida na cabeça pode causar. - ... Tem certeza mesmo que está bem?
- Olha só, se vamos ter essa conversa o caminho todo, acho melhor você parar e eu pego carona com um estranho na rua.
- Ok, não precisa ficar nervosa. Só queria ter certezade que está bem porque precisava falar uma coisa com você. Mas acho melhor falar outra hora.
- Ah, desembucha logo. Conversar vai me distrair dessa dor de cabeça e desse galo horroroso.
- Vou sair de casa.
- Desculpa? Como é?
- Disse que vou sair de casa.
- Eu ouvi muito bem o que disse. Como te falei, passei no médico e estou ótima. Só quero saber o porquê disso agora.
- Conheci outra pessoa.
- Vai morar com ela?
- Vou.
- E você costuma confiar em mulheres que roubam o marido das outras?
- Não é uma mulher.
- Isso deveria me deixar mais tranqüila?
- Sinta-se como quiser.
- Muita gentileza sua me contar tudo isso e ainda permitir que eu me sinta como quiser.
- Você disse que estava bem.
- Estava, Theodoro. Mas acabo de notar que o machucado doía. Eu só não tinha percebido ainda.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009



Está enganado se acha que essa tempestade em um copo d'água irá me afogar!


Um dia a gente muda.
Inventa de se reinventar.
E então descobre
que agora,
que mudamos,
Muitas coisas parecem estar desconexas
e destoantes.
E lá vamos nós
reinventar sonhos,
sentimentos
e pessoas.
Eu me recuso a pensar que alguma pessoa consiga ser apenas o básico do ser humano.
Se seria impossivel viver sem você eu não sabia.
O que não dava para permitir era ver você me roubar a cada dia
De mim mesma.
E isso era insustentável...

terça-feira, 1 de setembro de 2009


As suas tatuagens cobriam 80% de seu corpo. Quem o visse apostava que eram tatuagens de cadeia. Ele preferia que pensassem assim. Todas elas tinham uma história. O “25” era para o dia que o pai havia morrido. As violetas eram a mãe que não deixava de sorrir cada vez que as via em algum lugar. Os três crucifixos eram os três amigos que tinham morrido. Os três pássaros eram os três amigos que tinham sobrevivido. O chalé no peito era a casa de sua avó, onde ele sabia que sempre seria bem recebido. O mundo no centro de suas costas era a fé em algo maior e mais poderoso, independente de como cada religião chamava isso. As correntes que desciam pela perna lembravam-lhe de ter os pés bem firmes no chão. As asas na nuca o obrigavam a sempre sonhar. O “amor” na palma da mão direita era sempre o que ele oferecia quando ia cumprimentar alguém.
O mais engraçado de tudo é que quando as pessoas o viam, o máximo que conseguiam fazer era julgar-lhe. E ele era corajoso por fazê-las. Não por causa da dor da agulha sobre a pele, mas porque ele se arriscava a deixar sua história visível para qualquer um. Mesmo que a maioria não conseguisse enxergar isso.